Por Aline Moreira | 20/12/2018
Os testes psicológicos são instrumentos padronizados que auxiliam na avaliação psicológica, sendo elaborados com base em estudo científico e possibilitando que todas as pessoas a eles submetidas sejam avaliadas da mesma forma e sob as mesmas circunstâncias. Para a avaliação e a mensuração das características psicológicas, estes instrumentos apresentam, em sua maioria, quesitos objetivos e passíveis de tabulação, fornecendo aos Psicólogos resultados confiáveis que permitem um diagnóstico mais preciso e fidedigno.
A Lei nº 4.119/1962, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão de Psicólogo, define que somente os Psicólogos podem utilizá-los, estando inserido no conjunto de métodos e técnicas psicológicas privativas do Psicólogo, seguindo-se, também, as diretrizes estabelecidas pela Resolução nº 009/2018 do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Eles podem ser utilizados nas mais diversas ocasiões, de forma individual ou coletiva, com o objetivo de se fazer um diagnóstico psicológico, uma orientação e seleção profissional, uma orientação psicopedagógica ou buscar uma solução para problemas de ajustamento. Para exemplificar a sua utilização, pode-se citar a sua aplicação nos processos seletivos para os mais diversos cargos, na obtenção da Carteira Nacional de Habilitação, na expedição de laudo para cirurgia bariátrica, dentre outras.
Em relação ao objetivo de cada um, às características a serem avaliadas, existem testes psicológicos que avaliam a personalidade, as aptidões, a inteligência, o raciocínio, a atenção, a memória, o nível de estresse etc. O profissional que opta por trabalhar com estes instrumentos deve observar as características próprias de cada instrumento e seguir expressamente as normas que constam nos manuais para que a aplicação seja adequada e pertinente ao público que será avaliado. Além disso, deve respeitar as orientações e determinações do CFP, como por exemplo, verificar se o teste consta com parecer favorável para a sua utilização.
Nesse contexto, é de grande importância que se considere a formação e a especialização do Psicólogo, o qual deve escolher os instrumentos de forma adequada para a demanda de cada cliente, utilizando-os de acordo com as orientações da editora e dos autores, principalmente, quanto às instruções de aplicação e de avaliação, não sendo incomum a utilização desses instrumentos por profissionais que não os conhecem.
Outra situação já relatada é a de profissionais que atuam na orientação e preparação de pessoas para a realização de testes, conforme advertência do Conselho Regional de Psicologia da 1ª Região (CRP 01/DF) nos seguintes termos: “É VEDADO aos profissionais de Psicologia treinar candidatos em testes psicológicos para concursos públicos, já que ao treinar um candidato em testes psicológicos, esses atributos ficam descaracterizados, comprometendo o perfil que está sendo avaliado”.
Com isso, têm-se os testes psicológicos como importantes ferramentas que permitem aos profissionais da Psicologia a mensuração de critérios cientificamente validados e definidos para um determinado fim, não podendo aceitar-se quaisquer subterfúgios para a obtenção de um resultado favorável à pessoa que está sendo avaliada, devendo-se estender essa norma às diversas situações em que os testes são aplicados.