Por Fernanda Duarte*
Você sabe o que é uma alimentação saudável? Existe um mesmo padrão alimentar para todas as pessoas ou isso deve variar? A alimentação saudável deve ser saborosa ou apenas garantir a saúde? Alimentação saudável é algo caro?
Muitas são as dúvidas quando falamos de alimentação saudável e de fato esse é um assunto que desperta o interesse da maioria das pessoas.
Alimentação saudável diz respeito à ingestão de nutrientes, como também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, às características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, “uma alimentação saudável deve ser baseada em práticas alimentares que assumam a significação social e cultural dos alimentos”. Essa é uma definição bastante ampla, que considera as experiências vivenciadas por cada pessoa em relação aos alimentos e até mesmo o valor afetivo dispensado a eles.
É preciso compreender que se alimentar de forma adequada não é seguir um padrão de restrições e, muito menos, ter uma alimentação que não seja saborosa.
Muitos acreditam que comer adequadamente é condenar uma gama de alimentos, passar fome e obter um corpo escultural. Porém, uma alimentação saudável engloba uma série de fatores como: sentir prazer ao se alimentar, compartilhar hábitos alimentares em família, melhorar a qualidade do sono e a disposição, regular o hábito intestinal, manter/atingir um peso corporal harmônico e níveis seguros de glicose, colesterol, triglicerídeos, ácido úrico e pressão arterial no corpo. Essas condições estão intimamente ligadas à melhoria da qualidade de vida e longevidade.
Frequentemente escutamos alguém dizer que alimentação saudável é algo caro. Mas, será? As boas escolhas alimentares incluem prioritariamente os alimentos in natura, que são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Entram nesta categoria folhas, frutas, verduras, legumes, ovos, carnes e peixes. Como fazem um caminho mais direto entre a extração da natureza e a mesa do consumidor, costumam ter preços mais baixos.
Já os alimentos processados, que são aqueles fabricados pela indústria com a adição de sal, açúcar ou outro produto que torne o alimento mais durável e atraente, devem ser consumidos em pequenas quantidades e como ingredientes ou parte de refeições baseadas em alimentos in natura. São os casos das conservas em salmoura (cenoura, pepino, ervilhas, milho, palmito etc.), compotas de frutas, carnes salgadas e defumadas, sardinha e atum em lata e queijos feitos com leite, sal e coalho. Ou seja, são alimentos mais caros e menos saudáveis.
Existem ainda os alimentos ultra processados, que são fórmulas industriais, em geral, com muito pouco do alimento original. Esse tipo de alimento sempre contém aditivos, como é o caso das salsichas, biscoitos, sorvetes, chocolates, molhos, misturas para bolo, sopas, macarrão e temperos instantâneos, salgadinhos chips, refrigerantes, refrescos, produtos congelados e prontos para aquecimento como massas, pizzas, hambúrgueres e nuggets. Eles estão fortemente associados ao sobrepeso, obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes e câncer, e devem ser evitados. Apesar desses alimentos não terem quantidade significativas de nutrientes de boa qualidade, eles não são baratos. Dessa forma, a compra desses alimentos deve ser considerada um investimento na aquisição de doenças.
Que tal organizar a sua lista de compras e verificar o quanto vai economizar a curto prazo retirando esses alimentos da sua cozinha?
Pense nisso e crie hábitos saudáveis para a sua vida!
* Fernanda Duarte é Nutricionista, com especialização em nutrição clínica e mestrado em saúde coletiva, com doutorado em andamento em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília.